Parabéns JoãoVitor!
A Escola 25 de outubro parabeniza o aluno João Vitor pela belíssima crônica que foi a vencedora no concurso promovido pela Rádio Regional.
Leia e se emocione com a crônica vencedora.
Lembranças que machucam
Certo
dia um homem passando por uma ponte e lembrando de quando era uma criança
parou, sentou-se e se pôs a chorar. Um garoto de aproximadamente oito anos,
vendo aquela cena abordou o homem perguntando:
--Porque
está chorando senhor?
--Minha
emoção é por estar relembrando os momentos de quando eu tinha a sua idade.
--Mas,
porque aqui de frente a esse rio com água tão
suja?
--Acredite
ou não, esse rio que você vê já teve águas cristalinas e em abundância.
--O
quê? Isso não pode ser verdade! O senhor está brincando comigo! Imagine...
--Não
é brincadeira não filho! Eu e meus amigos da época nos divertíamos muito, exatamente
aqui nesse espaço que você está vendo. Aproveitávamos um tempinho depois da
escola ou do trabalho para tomarmos banho, brincar e até pescar.
--Conta
mais senhor porque está difícil imaginar vendo ele assim tão poluído e seco.
--Oh
sim! Famílias inteiras usavam dessa água para lavarem roupas, vasilhas e tantas
outras coisas. E ali, logo ali já teve uma cascata linda onde as pessoas
tiravam fotografias para guardar ou enviar à parentes distantes.
--Mas,
então como ele ficou assim?
--Aqui
era uma área rica em diamantes e ouro, assim foram chegando os garimpeiros e
suas famílias em busca dessa riqueza...
--Ah,
meu avô também era um garimpeiro!
--Então
para conseguirem extrair ouro e diamantes, começaram a desviar água do rio, a derrubar
a vegetação às suas margens deixando-o desprotegido. Dessa forma, pouco a pouco
foram ocorrendo mudanças radicais que resultaram no que estamos vendo hoje...
Os
dois ficaram ali olhando para o rio. O senhor lembrando de sua infância e o
garoto tentando imaginar como seria este rio há algumas décadas. De repente, um
homem de idade bastante avançada pára e pergunta:
--O
que vocês estão fazendo parados aí olhando para o nada?
--Estou
revivendo o meu passado!
--E
eu tentando imaginar a beleza nesse rio!
--Ah,
então é isso! Aqui era mesmo maravilhoso e eu também sou testemunha disso. Olha
filho, queria que sua geração pudesse aproveitar tanto quanto nós do que
vivemos aqui em nossa infância, mas infelizmente não soubemos cuidar de um bem
tão precioso e vital como a água que existia nesse rio. Que isso sirva de
exemplo para que você e outros cuidem do que ainda resta.
Emocionados
os três ficaram ali a refletir, perdidos entre lembranças e imaginações sobre o
que foi, ainda é e será o nosso eterno Rio Areia.
João
Vitor Piovezan Silva. ( Aluno do 9º Ano da Escola 25 de Outubro. 13 anos.)
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